sábado, 17 de julho de 2010

O GUIA

Aonde estava?
Por onde andei, já não me lembro mais...
Tudo é muito vago, tudo é incerto
A penumbra consome a todos.
No meio dessa fumaça eu os vejo.
Alguns sorriem, outros choram
Outros são indiferentes.
Todos estão sentados esperando por algo.
O que pode ser?
Ando por todos os lados
Mas não me acho em lugar algum.
Meus pés andam sozinhos
E minhas mãos procuram algo no vazio da dúvida
Sem mais nenhuma possibilidade.
... olhe pra cima,
tua visão está dentro...
Mas não consigo evitar
Tudo a que me forço, me consome.
Tenho medo de ir além, não consigo ver
E o que me espera será uma descoberta dos sentidos.
... está a tua volta,
respire o futuro...
O meu corpo que me segura de olhos abertos
Já não aguenta o fluxo descontrolado
de tudo que nada vejo
Isso que por um véu me faz desprotegido.
Agora guia meu corpo por um grande caminho
Mas tudo que me traz é o abismo
Eu e meu corpo caímos...
Despencamos no abstrato
Um substrato sem fundo...
Sem fim...
... tu voas
como um pássaro
tua mente é alada...
E por um momento, uma grande dor me consome
Das minhas costas saem asas muito grandes
Tudo que compreendo ma balança...
Sinto as asas...
Há um grande choque de existência...
Eu posso voar...
Olhos pra cima
Controlo minhas asas e procuro o futuro,
Na verdade já o respiro.
Minha mente o consome
E o presente é minha certeza
.
...tu já enxergas...

domingo, 25 de outubro de 2009

SAUDAÇÕES A TODOS aqui está o conto que eu fiz para entrar em uma compilação de contos de funcionários da livraria da travessa. Espero que gostem.



A HERANÇA


Aníbal era um mendigo. E ele andava pelo centro da cidade. Quando era ainda jovem, por causa de promessas de emprego veio de pau-de-arara da Bahia para o interior do Rio. Lá trabalhou em sistema de servidão na plantação de cana até os trinta. Fugiu com dois amigos para a cidade da Guanabara – na época capital do país- com promessas de enriquecimento fácil. Aníbal e seus amigos não sabendo o que era ser rico, primeiro arrumaram um emprego em uma gigantesca fábrica de tecidos. Ali Aníbal ficou mais vinte anos. Durante esse tempo, as únicas coisas que pôde fazer nos intervalos foi frequentar os cabarés baratos da lapa e os quiosques de praça. A cachaça, as francesas e as polonesas, foram comparsas da dormência de Aníbal durante todo esse tempo. Um dia a fábrica faliu e todos foram mandados embora. Quando saiu o mundo já era outro. A Guanabara não era mais a capital e ainda havia mudado de nome. Estava maior, mais suja. Aníbal, o único sobrevivente dos três amigos que haviam vindo do interior, após deixar para trás os portões da fábrica percebeu que estava sozinho no mundo outra vez. Ou será que nunca havia deixado de ser? Pelo menos, depois que a fábrica faliu, ele encontrou a única coisa definitiva que teria na sua vida dali para frente: a rua seria a sua casa. Mas Aníbal era forte e sobreviveu muito tempo ainda comendo papelão recheado com lixo e restos de restaurante. Pediu muita moedinha na porta do banco e cheirou crack na avenida Chile debaixo do viaduto, até que – já muito velhinho – se estabeleceu em um pequeno barraquinho localizado em uma rua de trânsito intenso. Rapidamente as pessoas que costumavam passar ali se acostumaram com ele; o comércio em volta e os moradores o conheciam e o respeitavam e o cumprimentavam: - Bom dia, seu Aníbal. Tudo bem com o senhor?
Ele respondia com um ‘sim’ meio rabugento, porém amigável. Ali viveu muitos anos também. Mas um dia algo de estranho aconteceu. Aníbal, que aprendera a ler e escrever bem pequenino com sua mãe, sempre que podia lia um livro que achava por ai. Ele gostava muito desses momentos, pois era quando tinha algo de interessante a fazer. E ele só parava quando chegava ao fim. Mas desta vez seu Aníbal teve uma surpresa, primeiro triste por perceber que o livro que encontrara estava em branco, mas logo depois estava sorrindo. Seu Aníbal começou a escrever. Mas não escreveu sobre qualquer coisa, escrevia sobre sua vida, seus sofrimentos, suas feridas. As lágrimas desciam de seus olhos enquanto ele rasgava a brancura antiga das folhas como alguém que tatua a pele lisa de uma mulher. Escreveu a história da sua migração e sua palpérrima estabilidade na cidade maravilhosa. Ficou dias e dias nisso. Num certo dia pela manhã ouviram seu Aníbal dando gargalhadas no meio da rua. Ninguém entendeu nada. Entenderam menos ainda quando perceberam que seu Aníbal havia sumido. Uns disseram que ele saiu andando e não voltou mais, outros que seu Aníbal morreu e que o lixeiro havia levados seu corpo por engano pensando que era um trapo velho e fedido. Mas também disseram que haviam visto o velho andando pelo castelo uns dias depois. Eu mesmo quando ando pelo centro, até hoje ainda vejo seu Aníbal andando por aí. No lugar em que ficava, no barraco que havia construído numa esquina de alta periculosidade, haviam encontrado um livro escrito a mão. Um dos garçons do boteco, que era amigo de seu Aníbal, levou para seu patrão, que mostrou a sua esposa que o deixou por dois anos em cima do armário do quarto. Depois o mostrou para sua amiga que o levou para seu marido que era comerciante de antiguidades. O comerciante o colocou em sua loja e lá o livro ficou por mais tantos anos. Depois de ter resistido a duas enchentes, três roubos e um incêndio e ter ficado por mais muitos anos na estante particular do comerciante, ele foi dado por sua esposa a um amigo que era dono de uma editora e que resolveu publicá-lo por achar a história interessante. Era a história de seu Aníbal. Por isso era difícil não molhar os olhos ao ler um livro escrito também as lágrimas. Na primeira página, duas pequenas frases, quase insigficantes, mas muito importantes, diziam tanto que seus sentidos se perdiam nos confins de cada mente que lhe dava atenção: Eu queria um livro. Então o fiz.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Alberico era detetive da polícia militar do estado da Guanabara. Estamos no ano de dois mil e doze e Alberico já trabalha há cinco anos no departamento de criminalística da 15 D.P. no bairro do Flamengo. Ele havia prestado prova e mergulhou com satisfação no trabalho. Era um ótimo funcionário e chefe também. tudo bem que estávamos em época de catástrofes, que nem todo mundo conseguia trabalhar direito. mas ele não. ele trabalhava. não tinha mulher por opção e fazia suas investigações com máximo de empenho e prendia seus bandidos quando era de convir que tinham que ser presos. mas em cinco anos Alberico enjoôu, como a maioria das pessoas com quem trabalhava e como a maioria de todas as pessoas. resolveu fazer prova para detetive da civil. não passou. não que não conseguiria passar, mas sim porque não tinha mais vontade de realmente passar. resolveu então tirar umas férias por conta própria. pediu que seu primo Lucas fizesse um atestado qualquer, para que, assim, pedisse licensa por dois anos. no dia seguinte foi para a praça XV. pegou o primeiro ônibus que viu. saltou no ponto final dele( isso já depois de niterói) e pegou outro. esse iria para Casimiro de Abreu, mas Alberico resolveu saltar no meio da estrada, em frente a entrada de uma estrada de terra. nela havia uma placa com a seguinte palavra: Faraó. andou durante uma hora e meia e chegou a uma praça de onde se via uma bela igreja, algumas casas, um campo de futebol e um rio por onde a estrada cruzava e continuava atravez de uma pontesinha. Avistou uma mercearia e foi até lá. era uma daquelas mercearias clássicas daquelas aldeias interioranas como aquela que alberico se encontrava. para continuar com aquela energia saldosista em que se encontrava resolveu pedir uma cachaçasinha para começar. nesse momento em que dera o primeiro gole e ainda saboreava escutou uma voz feminina dizer "Vizinho! o que está fazendo aqui". era Monique, uma moça que morava no final da rua que ele morava na glória. era conhecida de um amigo do amigo seu e todo final de semana ela ia para lá. Alberico não teve como não pensar consigo mesmo sobre aquele acontecimento:" as vezes andamos tanto para acabar encontrando algo ou alguem que já estava tão próximo de nós..."

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

esse versos são para MICHELLE


Canção do querer.

vou cantar
a canção que empreguina minha cabeça
que se acha no mar da inconsciência
e navega até a praia dos pensamentos
pra me dizer os mais sonoros desejos

vou lembrar
de todos os dias que vivi feliz
e esquecer as tristezas que eu mesmo fiz
pro pote das lembranças nâo transbordar
e qualquer lembrança eu querer lembrar

vou querer
vou fazer
e vou conseguir

vou querer
te dizer o que sinto por você
a alegria que tenho em viver
e a maravilha de apenas querer
sua simples presença a me guiar.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ontem eu fui proibido
proibido
proibiram a minha arte
consumiram a minha paciência
lavaram minhas idéias
cansaram minha poesia
fiquei surdo e rouco e puto
e ri
ri de irado que fiquei
fui trapaceado
subjulgado
ridicularizado
mas nunca serei calado

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

ACORDEM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A vida não é apenas isso que vivemos.
Há mais possibilidades de se viver
com algo que se valha viver.
Eu olho para o sol ...
e sou feliz...
Infeliz é aquele que só pensa em dinheiro dinheirodinheirodinheirodinheirodinheirodinheirodinheirodinheirodinheiro
dinheirodinheirodinheirodinheirodinheirodinheiro
dinheirodinheirodinheirodinheirodinheiro e acha que está acima de tudo
Esse MISERÁVEL causa dor ao mundo e se esconde dos resultados.
É como jogar um bumerangue envenenado numa praia lotada
e se esconder para não pegá-lo...
"fôda-se quem está atrás"
um infeliz como esse e muitos outros que existem
são um incentivo aos maltratos dos velhos, das mulheres e das crianças; ao despejo de lixo no quintal do mundo; a poluição do som e dos rios; ao descaso com os animais e plantas; ao preconceito contra gays, negros, pobres, imigrantes, desavisados; e a outros mais.
temos que fazer a revolução do povo:
ABAIXO AOS DOMINANTES!
VIVA AOS EX-DOMINADOS, DONOS DE SEU PRÓPRIO DESTINO!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

queria viver sem palavras,
pois elas negaram meus pensamentos
e se apropriaram dos meus versos,
e enquanto andava
por aquele palavrau (ou matagal de sílabas)
perdi a voz...
e me guardei em um castelo de páginas em branco